sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Mulher Artificial

Ela está em seu serviço. Um serviço fútil, vender mentiras, bobagens, algo que você não quer e ela mesma não acredita que funcione...talvez nem saiba pra que funciona. Sai do trabalho e encontra algumas amigas. Vai fazer compras com elas, afinal, o que mais poderiam fazer? Elas querem estar na moda, querem muita maquiagem, tinta de cabelo, baton, blush, gloss e tudo o que possa esconder o verdadeiro rosto delas.
Elas se sentam e começam a falar da vida dos outros. Falam daqueles artistas famoso que estão tão longe que talvez elas jamais o vejam. Se invejam mutuamente pelo que elas têm e as outras não têm. Aquela pulseira cheia de pedras que acreditam ser verdadeiras, ou nem acreditam, apenas fazem com que as outras acreditem. Só tomam o que é diet, o que é light, aquilo que é zero qualquer coisa. Assiste programas de alienação, revistas sensacionalistas e revistas de mentiras, esses são seus hobbies. Ela dispensa dois ou três rapazes. Eles não eram ricos. Agora ela quer fumar, beber, rir dos outros, fazer com que se sintam inferiores a ela. Depois vai a mais uma festa. Muita gente, muito barulho, muito dinheiro e luxo. Terminada a festa ela vai para casa, tira toda a maquiagem, tira a roupa caríssima e guarda, tira a peruca e guarda, tira as unhas postiças e guarda, tira o coração e o cérebro e os guarda. Estes dois últimos estavam meio empoeirados.

Fernando Locke

2 comentários:

Renato Ziggy disse...

meu, tenho birra de mulher assim. mas é a mais pura verdade: as pessoas estão ficando cada vez mais medíocres e burras. massa!

Ana Leite disse...

é uma triste rotina.