terça-feira, 4 de março de 2008

Eu por eu mesmo

Sempre gostei de ler e escrever. Desde pequeno eu me sentava com um livro na mão e passava horas lendo. Tudo começou com gibizinhos da Turma da Mônica e do Pato Donald, depois fui apresentado por meu tio ao lendário Sherlock Holmes. Fiquei fascinado, tanto que influenciou até o que eu escrevia. Eu fazia quadrinhos humorísticos e passei a criar historias de mistério e suspense.
Falei parar meu tio que havia gostado dos livros do Sherlock Holmes e ele me presentou com vários livros, não só do o detetive de Conan Doyle mas muitos outros autores e personagens. Comecei a freqüentar a biblioteca da cidade e fui descobrindo grandes nomes como Shakespeare, Balzac, Dante, Dostoievski, Verne, etc.
Os meus preferidos eram aqueles livros fantásticos, com bastante fantasia, ficção, surrealidade. Gostava de ficar imaginando aqueles mundos. Imaginava também como seriam os autores dos livros que eu lia, de onde vinham as idéias deles, o que eles haviam lido, o que eles haviam vivido.
Certo dia, um amigo me perguntou: “por que você não escreve um livro também?”.
Eu achei a idéia fantástica e investi. Com 13 anos eu escrevi “O Lobo”, mas depois de terminado, eu reli e não achei que fosse aquilo que eu queria dizer, percebi que era mais difícil do que eu imaginava.
Continuei lendo e imaginava como seria aquele panteão de escritores e todas as suas inspirações. Imaginava eles sentados em seus “locais de inspiração”, em seus “portos seguros”, debruçados e canalizando tudo aquilo que sentiam, o que pensavam, o que sonhavam. O meu local de inspiração estava mais perto do que eu supunha: meu quarto.
Saía para andar, olhar em volta, buscar algo, reparar em coisas que ninguém repara. Não era fácil, ainda mais quando as questões existenciais que todos nos perguntamos me atingiram em cheio. Através dessas questões, decidi escrever outro livro, e com 15 anos escrevi “O Imortal”. Foi muito bom escrevê-lo, foi prazeroso, mas ainda faltava algo.
Dei um tempo para escrita e continuei lendo, ganhei o apelido de “caro leitor”. Lia tudo, tudo mesmo, um pouco de psicologia, de medicina, livros do colégio, até bulas de remédio e dicionários eu cheguei a ler.
Sem saber qual profissão escolher, entrei para o SENAI por influencia de meu pai, mas depois de um tempo descobri que mecânica, elétrica e metalurgia não eram “bem” o que eu queria. Depois de algumas brigas e discussões com meu pai eu saí do SENAI e entrei na faculdade, a FAPA: queria ser professor de Português e Literatura.
Conheci pessoas fantásticas, expandi meus horizontes, tive aulas que mexeram comigo e me davam cada vez mais a certeza de que aquele era o meu lugar, era aquilo que eu queria.
Vi que eu não era o único que gostava de escrever e aquilo reacendeu a chama dentro de mim. Voltei a escrever, fazendo contos, crônicas e pequenos textos. Criei um blog onde divulgo alguns desses textos e posso discutir com o pessoal sobre os meus textos e os textos deles, tudo num clima de amistoso e de crescimento cultural.
Me perguntei certa vez porque eu escrevia. A resposta foi inesperada: claro, por prazer, mas havia algo mais, era um desejo semelhante ao do personagem de meu segundo livro, eu queria ser lembrado. Queria fazer algo bom e profundo que pudesse tocar as pessoas, pudesse fazer com que elas não esquecessem aquelas palavras e nem quem as escreveu. Poder passar adiante aquilo que aprendi, aquilo que vivi, aquilo que senti. É tudo que tenho dentro de mim: meus pensamentos, meus sonhos, minhas emoções. Agora começo a entender os escritores. Talvez eu esteja no caminho certo.



Peço desculpas a todos por não poder entrar commais frequencia no blog, mas o motivo é que recomeçaram minhas aulas, então vai ficar difcil. creio que minhas postagen, bem como meus comentários em outros blogs vão diminuir. Peço desculpas e espero que apreciem os textos :)

12 comentários:

A Maya disse...

Você está postando seu texto-tema de Prática II, não é??
Haha, te peguei.

Adorei o texto, parabéns. Ela (Leticia) te fará ler em voz alta.

Nando Damázio disse...

Eu também descobri cedo minha verve literária, sempre soube que seria escritor .. Nunca fui muito ligado nas badernas da turma da escola, preferia passar os recreios enfurnado num canto do pátio com um livro nas mãos .. Assim como você, meus preferidos eram os de fantasia, histórias insólitas, e foi assim que descobri um livro que li e reli várias vezes chamado "Torvelinho Dia e Noite", de José J. Veiga e que me fez devorar a maioria dos livros desse autor, me abrindo também as portas para outros igualmente bons e melhores .. Até certo tempo tive preferência pelos nacionais, e li quase toda a obra de José Lins do Rêgo, João Guimarães Rosa, Érico Veríssimo e Jorge Amado .. Depois comecei a descobrir os franceses e os russos, me apaixonei por Flaubert, Sthendal (O Vermelho e o Negro é o livro mais lindo que já li), Victor Hugo, Balzac (me envolvi muito com "As Ilusões Perdidas") e devorei em pouco tempo os dois volumes tijolões de "Guerra e Paz", de Tolstói, além de Dostoievsky, Boris Pasternack e Tchekov !!

Também tentei várias vezes iniciar um livro, aos 12 anos me aventurei a escrever um, mas o que eu gastava de folhas jogadas fora, hehehe .. Numa dessas tentativas saiu esse que publico no blog, mas mesmo assim acho que ainda tenho muito que melhorar para chegar aonde quero .. Acho que é próprio de nós escritores termos esse espírito crítico, buscando sempre a perfeição e nunca acreditando tê-la encontrado .. Isso é bom !!

Gostei muito do seu jeito de escrever, muito bom o texto, e me deu até vontade de ler um de seus livros, rsrs ..
Abração, Fernando !!

Anônimo disse...

O moço é inteligente e culto. Quer mais o que? rs. Beijos.

Renato Ziggy disse...

Continue sonhando, acreditando e investindo. Você tem potencial e está no caminho certo, adquirindo base e conhecimento pra fazer muita coisa bacana. Acredito em você, Butiá! Abrazzo!

:: Daniel :: disse...

Eu aprendi a ler com os gibis da Turma da Mônica. Tinha uma gaveta cheia deles numa estante lá de casa.

"Caro leitor", amigo Fernando, obrigado pelos comentários da na Velha Casa. Fiquei muito feliz em lê-los. Te linkei também lá. =]

Abração,
Daniel

Unknown disse...

Claro que está no caminho certo, Fernando!
Beijo e bom retorno às aulas!

Anônimo disse...

Ler e escrever é muito bom.
Também adorava fazer redações na escola e ler livros de ficcção...

E você tá no caminho certo sim.
Vamo seguindo...

heheheh

Abração.

Filipe Garcia disse...

E Agatha Christie, vc gostava? Ela me introduziu no mundo do mistério, até escrevi um livro por causa dela.

Você escreve bem, vai longe, muito longe...

Algum dos seus livros são de fácil acesso? Gostaria de ler.

abraços

Clareana Arôxa disse...

Eu sempre gostei de escrever. Comecei nos famosos diários, mas nunca pensei que aquilo, algum dia, fosse significar algo a mais. No entanto,sempre soube que as letras eram meu refúgio, meu alívio.
Me apaixonei pelos livros desde cedo, sempre estudei em escolas que incentivavam a leitura. Com o passar dos anos, a filosofia me pegou pela mão e não soltou mais: descobri Nietzsche e foi paixão à primeira vista. Conheci outros filósofos, me apeguei a mente humana e aos romances brasileiros (como são fantásticos os modernos!Porém, Machado ainda me encanta como ninguém).Mas,a poesia sempre foi algo que chamou mais a atenção do que qualquer outra coisa,arrepia. Acredito que herdei o sabor de ler Drumomond da minha mãe e conquistei o de entender Quintana. Entre rimas e versos, fui me formando.Descobri o que eu sou nos livros de Fernando Pessoa e encarando todo o meu surrealismo em Kafka.
Espero que as tuas linhas sejam contínuas e expressem toda o lirismo que tem dentro de você, pois ele é bom demais!

beijo, moço.

Clara Mazini disse...

Encontrar os livros foi, de certo modo, me encontrar. E eles sempre dão a direção correta. :)

Ket disse...

É difícil realmente exteriorizar o que tá tão intrínseco, certo? Queremos ir tão fundo, tão fundo e nos perdemos no meio de tantas idéias. Quando lemos, parece que é muito superficial. O tempo ajuda muito a trazer as coisas à superfície.


Aquiles também desejou ser lembrado. Cuidado com a "Hybris".

Anônimo disse...

Fernando,

tenho enorme prazer em lhe convidar para aderir a minha primeira campanha: A Amazônia é nossa!
Se quiser participar, poderá ler a postagem sobre a mesma:

http://devaneios-online.blogspot.com/2008/03/amaznia-nossa.html

Estou deixando o endereço aqui para ficar mais fácil localizar a postagem no blog, já que na medida que for fazendo outras, ela vai descer.

Se for participar da campanha, poderá pegar o selo em meu blog. Pode indicar quantos blogs quiser, desde que passe para eles o endereço da postagem em meu blog. Você também deverá fazer uma postagem sobre o assunto, a fim de conscientizar os blogueiros da importância da floresta. Ajude! Conto com você, a Floresta Amazônica agradece!

Beijos!

"Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco. Para o triunfo do mal basta que os bons fiquem de braços cruzados" (Edmund Burke)