terça-feira, 22 de julho de 2008

Sindrome do Fantasma dos Natais Futuros

O que separa um ser humano de outro? qual a distancia que pode existir? o que poderia acontecer se você falasse com aquela pessoa naquele momento? Já se perguntou isso? eu me perguntoo tempo todo? Chamo isso de Sindrome do Fantasma dos Natais Futuros. Tento entender qual a importancia de cada ação de cada um para o mundo todo.Parece papo de filme de ficção cientifica? concordo. Mas, você já deve ter pensado: " e se eu tivesse dito pra ela que eu amava ela, o que teria acontecido?" ou "e se eu tivesse dito não naquele instante, será que tudo teria sido diferente?". Resposta: Jamais saberemos. Eu gosto de observar aqueles lugares lotados de pessoas. sabe, aqueles engarrafamentos, aqueles onibus cheio de pessoas diferentes que não se olham, aqueles elevadores lotados, aqueles consultorios médicos. Você já reparou que ninguém fala com ninguém se não tiver algo em comum? Você senta num banco e tem uma pessoa sentada no banco a sua frente. Vocês nunca se viram. Se nenhum falar nada, rpovavelmente nunca se falarao denovo. e isso acontece. perdemos a chance de descobrir um tesouro. O mundo inexplorado que é o outro. deve estar se perguntando "então essa é a distancia que separa as pessoas, um banco?". Acho que é um pouco maior que isso. acho que é medo, ou arrogancia, ou solidão, ou simplesmente preguiça. Você já parou pra pensar que aquele cara pode vir a ser seu melhor amigo, ou aquela garota pode vir a ser seu grande amor? e o que você fez? nada. não disse nada. e se ele for apenas um cara legal? bem, você teve um papo agadavel. se for uma pessoa desagradável? bem, nem todos o são. O fato é: se não tentar, não saberá. parece loucura: talvez seja, mas prefiro me arriscar. sartre disse: "o inferno são os outros". discordo. "o paraíso são os outros e nós mesmos".

7 comentários:

Fernando Soares disse...

Muitas vezes já me perguntei o por quê que as pessoas estando tão próximas uma das outras ao mesmo tempo estão tão longe.
As vezes estou no ônibus e senta "aquela garota do meu lado" e eu fico pensando exatamente o que tu falou, "ah se eu tivesse falado com ela, talvez rolaria uma troca de telefones, que ocasionaria em um possível encontro, e por aí vai..
No meu caso é tímidez, sei lá falta de coragem..
Mas nesse caso em especial quando a garota é linda de mais, parece que há uma barreira entre ela e eu, tipo uma coisa meio platônica que impede que eu tenha alguma reação, eu concordo em partes contigo e com Sartre, o inferno e o paraíso são os outros, pois tu pode conhecer uma pessoa e encontrar a paz nela, ou ela te apresentar o inferno.

Abrass, Fernando

Renato Ziggy disse...

Butiá,
Seu texto foi deveras delicioso de ler, meu amigo. Sabe, vez ou outra, quando caminho em meio ao caos belorizontino, vêm em minha mente esse punhado de interrogações. Tantas vidas, com histórias passam diante de mim e eu sequer faço idéia do quanto posso aprender - ou não - com cada uma delas. E por que essa indiferença, esse comodismo, esse tal de fingir que não viu, ainda que se divida a mesma mesa em um café, ou um baco em uma praça? Costumes, cultura, desapego? Não sei, cara. Só sei que não faz meu tipo, mas eu tenho vergonha de ser diferentes dos demais, de sair falando com quem nunca tinha visto antes. Melhor texto seu que li aqui, cara. Só não ficou claro pra mim o título...
Abraços,
Ziggy

Ana Elisa disse...

Welly well...
Deixa eu me apresentar antes de qualquer comentário: eu sou amiga do Ziggy e, durante um comentário que fazia no blog dele, vi o seu comentário. Fiquei na dúvida de lhe pedir para adicioná-lo na minha lista de blogs, mas foi seu texto que solucionou a minha dúvida. Prometi que não ia deixar a distância se impor, para os fantasmas dos meu Natais futuros não virem atrapalhar my new years' eve.

Agora o comentário: me espanta e encanta que você fale sobre a distância das pessoas. No caminho de casa, dentro do ônibus, eu penso como podemos ser tão fingidos? Assistimos às novelas e alguns lêem revista de fofoca, mas dispensam três minutos de conversa com alguém do lado. Parabéns pela colocação.

Agora o pedido: posso colocar seu blog na minha lista de blogs?

Desculpa a pequena invasão...

Filipe Garcia disse...

Olá Fernando.

É sempre bom ler seus textos. Fiquei desesperado com essa tal síndrome. Me fez pensar na responsabilidade que tenho, nas coisas que perco, nas chances que deixo simplesmente ir por água a baixo por inércia minha.

Somos paraíso e inferno, isso é a gente quem faz.

Gostei da reflexão!

Abraços

Anônimo disse...

É por isso que sempre digo o que quero, quando quero, para quem eu quero. O agora é muito tarde e eu não quero perder oportunidades e me arrepender depois...

Beijocas.

Sentimentalidades-Todas disse...

Eu sempre concordei com o Sartre, o meu inferno só se potencializa com o outro, com o que me é exterior e contraditório. Mas ai percebi com a tua escrita, que no fundo, meu inferno é não ter o outro. Não será assim que explica nosso desejo pela outra bnada da laranja?
Indubitavelmente, desejamos o paraíso, a quase ausência de tensão, o pleno, o gozo. Acima de tudo, buscamos quem possa dividir o paraíso conosco.

Jaya Magalhães disse...

Fernando,

Teu texto me lembrou um pouco a mim. Já tive essa época de questionamentos tais quais os teus. De carregar comigo essa história do "e se". Confesso, não é interessante. E é difícil arriscar. Difícil transformar. Aí acontece da gente se acomodar e deixar se lado as suposições. As possibilidades. Mas continuo observando, sim. O tempo todo.

Fato é que eu sempre levo comigo a história de "pensar no que eu poderia ter dito". Tão chato isso de travas!

Eu gostei do teu papo. Da tua reflexão. Da naturalidade como você casou as palavras e as opiniões. Trouxe a impressão de um bate-papo, num café desses, onde você me contava das tuas impressões enquanto eu prestava atenção do outro lado. E sabe, é difícil fazer isso com palavras escritas. Transportar-se. Por isso é gostoso te ler, com essa idéia de presença.

Sobre a história de Sartre, partindo do pressuposto de que "você não é o que uma pessoa sente por você, você é o que você sente em relação a ela", eu prefiro ficar contigo. Somos nós mesmos paraíso e inferno. Vem de dentro. Do olhar para si. Da gente.

Bom te ler depois da tua ausência. Me afasto agora, também, e fico contente que você entenda essa minha fase monográfica. Rs. É interessante essa idéia de parir palavras, mas necessita um cuidado especial, né?

Obrigada pela visita em meu canto e pelo interesse em ler os textos antigos. Fico contente! Contente com tuas palavras por lá.

Volto sempre que puder.
Beijos pra você.

P.S.: Li o texto "EU por eu mesmo", e compreendi teu amor por essas bonitas. Pelas letras. E diria que aposto sim num belo casamento entre vocês. Sucessos, rapaz! :)